19 de janeiro de 2011

A dor de um tolo preso


Oh, que há-de ser de mim senão tu !
 Tu que me assombras o pensamento, que os meus sonhos atormentas sem pudor, sem a delicadeza de pedir licença ao entrar.
Que te vingas nos duros golpes que me infliges...
Mata-me! Não... não o faças! Amo-te...
Não! Não cairei mais nos meandros das tuas palavras ocas, da tua voz doce que me acalma...
Não, porquê ? Sou fraco, não consigo resistir e mais uma vez deixar-te-ei entrar e habituar-me-ei a ti em segundos, como sempre faço, esperando que fiques comigo, mas não.
Sais como entraste, sem pedir, sem me saudar.
Oh, de mim nada levas, tudo o que restava corroeste, como um ácido.
Leva-me... Não, não quero mais, não quero viver assim.
-Amo-te! - Eu também.
 Mata-me, agora, mata-me, quero morrer pensando que um dia me amaste.
Oh, que será de mim, Senhor ?

João Macedo