Não consigo largar o prazer que contigo tenho, meu caro.
Não o prazer libidinoso, aquele que sinto quando me tocas,
dia algum mo poderias dar, não te acuso e não o desejo.
O gozo que me dás é aquele que me mata aos poucos e primorosamente,
foi a tarefa que te outorgaram, apagar enquanto dás satisfação.
Também tu morres, cometes o suicídio ao deleitares-me com o teu prazer,
mas tens idênticos, que consolarão o desejo, não chegando sequer,
a sofrer a falta que tu, que não és exclusivo, me fazes.
Estimava largar esse vício de ti, o vício de te sentir nos lábios,
apenas como tu e os teus comparáveis sabem fazer.
Não é um beijo, essa realidade intensa e repleta de afecção,
não se encaixa neste prazer, o beijo não mata, mas de igual forma vicia.
O que sinto enquanto me atestas é desacertado, é suicídio, mas requintado,
altamente depravado e chocante.
É o prazer que se compra, que se acha, que se furta, que se pedincha,
é o prazer de bolso, que me encarde as vísceras, até me curar ou definhar…
Não consigo abandonar o vício de ti, meu apreciado, que tão dificilmente,
mas realizável seria de soltar.
Prazer que tem tamanha mão sobre mim, que me entrava de o repudiar.
Não consigo secar o desejo que possuo por ti.